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Número de mortes por terremoto na Turquia e Síria supera 7.000

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Equipes de resgate lutam contra o tempo e contra o frio para encontrar sobreviventes sob os escombros

RESUMINDO A NOTÍCIA

  • Terremoto de magnitude 7,8 deixou mais de 7.000 mortos até agora
  • Equipes de resgate lutam contra o tempo para localizar sobreviventes
  • Segundo a OMS, 23 milhões de pessoas foram afetadas pelo tremor
  • Ajuda internacional começa a chegar às áreas afetadas nos dois países

As equipes de resgate na Turquia e no norte da Síria prosseguiam nesta terça-feira (7) em sua luta contra o tempo e contra o frio para encontrar sobreviventes entre os escombros após o terremoto de segunda-feira (6), que matou mais de 7.000 pessoas.

A ajuda internacional deve começar a chegar hoje às zonas afetadas pelo terremoto e por seus tremores secundários. O primeiro abalo, na madrugada de segunda-feira, atingiu 7,8 graus de magnitude e foi sentido inclusive no Líbano, no Chipre e no norte do Iraque.

Na Turquia, o número de mortos subiu para 5.434, conforme o último balanço da Autoridade de Gestão de Desastres e Emergências. O vice-presidente Fuat Oktay informou que há mais de 20.534 feridos.

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Na Síria, 1.712 pessoas morreram e 3.640 ficaram feridas, de acordo com o balanço das autoridades de Damasco e das equipes de resgate nas zonas rebeldes.

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, decretou estado de emergência por três meses nas dez províncias do sudeste atingidas pelo terremoto.

Com base nos mapas da região afetada, a OMS (Organização Mundial da Saúde) afirmou que “23 milhões de pessoas estão expostas às consequências do terremoto, incluindo 5 milhões de pessoas vulneráveis”.

“A OMS está ciente da forte capacidade de resposta da Turquia e considera que as principais necessidades não atendidas podem estar na Síria, no imediato e no médio prazo”, disse a diretora de Emergências da OMS, Adelheid Marschang, ao conselho executivo da agência da ONU.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou para a urgência da situação: “Agora é uma corrida contra o relógio. A cada minuto que passa, a cada hora que passa, diminuem as chances de encontrar sobreviventes”.

Em vários momentos sem ferramentas, os bombeiros prosseguiram com a dramática busca por sobreviventes durante a noite, desafiando o frio, a chuva ou a neve, assim como o risco de novos desabamentos.

Em Jindires, uma localidade síria na fronteira com a Turquia, uma recém-nascida, ainda com o cordão umbilical ligado a sua mãe, foi encontrada viva nos escombros de um prédio.

ARTE/R7

Mais ao sul, em Aleppo, Mahmud al Ali aguarda ao lado de um edifício destruído. “Minha sogra, meu sogro e dois de seus filhos estão presos”, conta. “Estamos aqui, sentados, no frio e na chuva, esperando que a equipe de resgate comece a cavar”.

Em Hatay, sul da Turquia, as equipes de emergência resgataram com vida uma menina de 7 anos que estava bloqueada sob uma montanha de escombros.

“Onde está minha mãe?”, perguntou a criança, com um pijama de cor rosa manchado pela poeira, no colo de um socorrista.

O jogador ganês Christian Atsu, ex-atleta do Chelsea e que assinou contrato em setembro com o Hatayspor, foi encontrado vivo nos escombros de um imóvel.

Ajuda internacional

As condições meteorológicas na região de Anatolia dificultam os trabalhos de resgate e prejudicam as perspectivas dos sobreviventes, que se aquecem em barracas ou ao lado de fogueiras improvisadas.

A ajuda internacional para a Turquia deve começar a chegar nesta terça-feira, com as primeiras equipes de socorristas procedentes da França e do Catar.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu a seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, “toda a ajuda necessária, seja qual for”.

O contingente francês pretende chegar a Kahramanmaras, próximo ao epicentro do terremoto, uma região de acesso difícil e que sofre com a neve.

A China anunciou o envio de uma ajuda de US$ 5,9 milhões, que incluirá grupos especializados em resgate em áreas urbanas, além de equipamentos médicos e material de emergência.

Erdogan anunciou que 45 países ofereceram ajuda, incluindo a Ucrânia, que anunciou o envio de 87 socorristas para a Turquia, apesar de estar em plena guerra com a Rússia.

O pedido de ajuda do governo da Síria recebeu, por enquanto, resposta da Rússia, aliada de Damasco, que prometeu enviar equipes de emergência nas próximas horas. E 300 militares russos que já estavam na região ajudam nos resgates.

A ONU também reagiu, mas insistiu em que a ajuda deve chegar a toda a população síria, incluindo a parte que não está sob controle de Damasco.

O Crescente Vermelho sírio fez um apelo à União Europeia (UE) para que retire as sanções contra o regime sírio para permitir o envio de ajuda.

Dormir ao relento

O número de vítimas dos dois lados da fronteira não para de aumentar e, levando-se em consideração a magnitude da destruição, a tendência deve persistir.

Apenas na Turquia, as autoridades contabilizaram quase 5.000 imóveis desabados.

Além das condições já dramáticas, a queda da temperatura representa um risco adicional de hipotermia para os feridos e as pessoas bloqueadas nos escombros.

Na segunda-feira, foram registrados pelo menos 185 tremores secundários, além dos dois terremotos principais: um de 7,8 graus de magnitude, durante a madrugada (4H17), e o outro de 7,5 graus, ao meio-dia.

Os tremores secundários prosseguiram durante a madrugada de terça-feira. O mais forte, de magnitude 5,5, aconteceu às 6h13 (0h13 de Brasília), a 9 quilômetros de Gölbasi (sul da Turquia).

As autoridades turcas adaptaram ginásios, escolas e mesquitas para abrigar os sobreviventes. Mas, com medo de novos terremotos, muitos moradores preferiram passar a noite ao relento.

“Todo mundo está com medo”, disse Mustafa Koyuncu, um homem de 55 anos que passou a noite com a esposa e os cinco filhos no carro da família em Sanliurfa (sudeste da Turquia).

Este foi o terremoto mais devastador na Turquia desde o registrado em 17 de agosto de 1999, que deixou 17.000 mortos, incluindo 1.000 em Istambul.

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