A direção da Polícia Federal notificou as 27 superintendências orientando investigação e direcionamento das informações à Diretoria de Combate ao Crime Organizado
A direção da Polícia Federal (PF) enviou uma ordem às 27 superintendências regionais no Brasil pedindo que as sedes forneçam à Diretoria de Combate ao Crime Organizado (Dicor) todas as denúncias de fraudes na urna eletrônica desde a sua implementação, em 1996. A informação é da coluna de Malu Gaspar para O Globo.
Segundo o site, o comunicado foi enviado no sistema interno da polícia pouco tempo depois de uma entrevista do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Luís Roberto Barroso, que desafiou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a apresentar provas de fraude nos resultados da urna eletrônica nas eleições de 2018.PUBLICIDADE
LEIA MAISQuero conteúdo exclusivo!
Tenha acesso aos nossos colunistas,
grandes reportagens, podcasts, séries e muito mais.ASSINE AGORA
+Presidente do Senado diz ser possível aprovar voto impresso para eleições de 2022
+Voto impresso é ‘solução desnecessária para problema que não existe’, diz Barroso
+Voto impresso tem maioria para avançar na Câmara
“Nunca houve fraude documentada, jamais. Se o presidente da República ou qualquer pessoa tiver alguma prova de fraude ou de impropriedade tem o dever cívico de entregá-la ao Tribunal Superior Eleitoral. Estou esperando de portas abertas e de bom grado”, disse Barroso à CNN Brasil.
PEC do voto impresso
O pedido teria sido recebido pelos superintendentes regionais da PF às 10h24m, cerca de duas horas após o encerramento da entrevista, por volta das 8h30m. A solicitação foi justificada pela “recente criação da Comissão Especial destinada a proferir parecer à Proposta de Emenda à Constituição 135-A, de 2019, da deputada Bia Kicis (PSL-DF), a chamada “PEC do Voto Impresso”, e ainda pela “necessidade recorrente de consolidar, no âmbito deste Serviço de Repressão a Crimes Eleitorais, todos os dados referentes à denúncias de fraudes eleitorais desde a implantação da urna eletrônica em 1996”.
Ao O Globo, a assessoria de imprensa da PF disse que a polícia não recebeu nenhum pedido oficial vindo nem da comissão da Câmara que discute o projeto nem do TSE, mas que soube que haveria um pedido e decidiu se antecipar. O requerimento para que as informações fossem solicitadas à PF, no entanto, só foi aprovado na comissão especial à tarde, quando a consulta aos superintendentes já tinha sido feita.
Apesar das justificativas, a atitude do diretor da PF foi lida como uma tentativa de sustentar a teoria de Bolsonaro de que houve fraudes nas eleições vencidas por ele.
OPOVO