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PT anuncia que decisão do PDT levou ao rompimento da aliança

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Para o PT, na decisão do PDT “prevaleceu a arrogância, o capricho e a expressão de mando que subjugou os interesses dos cearenses à obsessão de poder de um só.

Lula com o boné do PT do Ceará em evento com Camilo. Essa cena deve se repetir na próxima campanha. Foto: Divulgação

Átila Varela
atila@focus.jor.br

O Diretório Estadual do PT optou, na prática, por romper a aliança com o PDT após a escolha de Roberto Cláudio para concorrer ao Governo do Estado em vez do nome de Izolda.

Na tarde desta terça-feira, 19, o partido se reuniu para discutir alternativas. O governador Camilo Santana também participou do encontro, mas de forma virtual.

Ao término, a legenda lançou um documento que indica que a sigla vai tomar caminho próprio na disputa pelo Governo do Ceará. Agora, vai ter agora a reunião de Camilo Santana com os partidos da base aliada da governadora Izolda Cela. Esses encontros acontecem no escritório do ex-governador. O presidente estadual do PT, José Conim, acompanha Camilo.

E mais: até sábado, 23, o PT deve apresentar uma proposta para concorrer ao Executivo estadual. De acordo com um alto dirigente do partido, a ideia é ouvir aliados para dar continuidade às conquistas do Governo Camilo/Izolda.

O documento é duro. Vejam algumas frases:

– “O PDT se fechou em copas”

– “Foi um triste espetáculo de constrangimento público da primeira mulher a chegar ao governo do Estado”.

– “Foi a negação do seu direito à reeleição, pelo seu partido, ficará registrada com uma triste página na história política do Ceará”.

– “Prevaleceu a arrogância, o capricho e a expressão de mando que subjugou os interesses dos cearenses à obsessão de poder de um só”.

– “Esse veto materializou ainda o rompimento tácito e unilateral da aliança até então estabelecida”.

Abaixo, o texto do PT na íntegra:
“O compromisso do Partido dos Trabalhadores – PT com o Ceará e os cearenses, e com o Brasil, sempre norteou a nossa ação política e nossas decisões. Com base nessa premissa o PT envidou todos os seus esforços para que o projeto político-administrativo em curso no Ceará, comandado nos últimos sete anos e meio pelo ex-governador Camilo Santana e agora pela governadora Izolda Cela tivesse sua reafirmação política junto ao povo cearense com a defesa de suas conquistas e reconhecimento dos desafios para seu avanço e aprimoramento, sempre na perspectiva de melhorar cada vez mais a vida do nosso povo.

Arraigado nesse sentimento de responsabilidade com o nosso povo, o PT defendeu e continua defendendo uma ampla aliança para as eleições de 2022 no estado, a partir de uma candidatura ao governo capaz de unir toda a base de sustentação do governo Camilo/Izolda, reconhecendo inclusive a primazia do PDT na escolha do nome, reivindicando, apenas e tão-somente, um amplo diálogo com os partidos aliados no processo de definição da candidatura.

Infelizmente não foi o que se verificou. O PDT se fechou em copas. Tratou todas as tentativas de diálogo prévio à sua escolha como intromissão indevida. Ignorou inclusive as manifestações públicas de preferência de partidos aliados, lideranças, inclusive do ex-governador Camilo Santana pelo nome de sua filiada e atual governadora Izolda Cela, que, no cargo, manifestou publicamente seu interesse e sua legítima pretensão de postular sua reeleição.

A prerrogativa antes reconhecida a quem, no cargo, postulou a reeleição, foi solenemente negada pelo PDT à governadora Izolda, num triste espetáculo de constrangimento público da primeira mulher a chegar ao governo do Estado. A Izolda Cela nossa solidariedade e nosso reconhecimento do seu valor, da sua dignidade e de sua extraordinária contribuição ao Ceará em todas as funções públicas que brilhantemente desempenhou e desempenha. A negação do seu direito à reeleição, pelo seu partido, ficará registrada com uma triste página na história política do Ceará.

A exclusão de Izolda representou igualmente a negativa do diálogo na busca de consenso e o pouco apreço à aliança, aos aliados e sobretudo, o desprezo às conquistas e melhorias alcançadas na vida dos cearenses por conta do seu trabalho, junto com Camilo nos anos recentes. Prevaleceu a arrogância, o capricho e a expressão de mando que subjugou os interesses dos cearenses à obsessão de poder de um só. Esse veto materializou ainda o rompimento tácito e unilateral da aliança até então estabelecida.

Nesse contexto, o PT, se solidariza com a Governadora Izolda, reitera o seu compromisso com os cearenses e com a democracia e com as pré candidaturas do ex Governador Camilo Santana para o Senado, de LULA para presidente e que continuará o diálogo com os demais partidos aliados.”

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