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Receita vê ‘coincidência’ entre repasses da JBS a Ciro Nogueira e pagamento de despesa pessoal

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PF faz buscas em endereços ligados ao senador Ciro Nogueira, do PP
Jornal Hoje
PF faz buscas em endereços ligados ao senador Ciro Nogueira, do PP

PF faz buscas em endereços ligados ao senador Ciro Nogueira, do PP

Receita Federal afirma ter detectado “coincidência” entre repasses da empresa JBS ao senador Ciro Nogueira (PP-PI) e o pagamento do inventário do pai dele.

Presidente nacional do PP, Ciro Nogueira foi alvo de uma operação da Polícia Federal nesta sexta-feira (22). Foram cumpridos mandados de busca e apreensão, e os crimes apurados são corrupção e lavagem de dinheiro.

Procurada, a assessoria do senador afirmou que o esclarecimento dos fatos confirmará a “improcedência” das acusações. A J&F, controladora da JBS, ressaltou que colabora com a Justiça e adota medidas “para que erros do passado nunca mais se repitam” – leia a íntegra das notas ao final desta reportagem.

“A fiscalização tributária detectou coincidência no pagamento em processo de inventário do genitor de Ciro Nogueira, com pagamento em espécie de vultosas quantias, R$ 317.831,54 e R$ 127.868,90, coincidentes com o período em que Gustavo Nogueira retirou valores junto à Junta Comercial Carvalho. Os pagamentos foram realizados por outro irmão do senador investigado, Raimundo Neto e Silva Nogueira Lima que, intimado pela Receita Federal, não foi capaz de justificar adequadamente a procedência dos recursos”, afirma a Receita.

A afirmação consta do Relatório de Procedimento Fiscal, reproduzido na decisão da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a operação da PF.

Sobre os irmãos de Ciro Nogueira mencionados no relatório da Receita, a assessoria do senador informou que não comentará o assunto.

Repasses

Em outro trecho do relatório, reproduzido pela ministra Rosa Weber, a Receita diz que a suspeita é de lavagem de dinheiro por empresas do senador.

O despacho diz: “As ocorrências a seguir relatadas evidenciam a existência de uma série de irregularidades relacionadas a montantes em espécie e a lavagem de dinheiro em empresas das quais o senador é sócio justamente em períodos próximos ao já citados recebimentos de propina em espécie por parte de Ciro Nogueira”.

A suspeita dos investigadores é que Ciro Nogueira tenha usado propina da JBS para pagar despesas pessoais e das empresas dele.

Segundo a Procuradoria-Geral da República, a suposta propina paga pela JBS a Ciro Nogueira chegou a R$ 42 milhões e foi repassada por meio de doações oficiais ao partido e também pagamento em dinheiro (R$ 5 milhões).

Sobre o repasse em espécie, o relatório destaca que: “Em suma, a análise dos fatos aqui expostos revela que Ciro Nogueira foi de fato beneficiado pelo pagamento de R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais) em espécie por orientação de dirigentes do grupo JBS, montantes que foram retirados na sede da Comercial Carvalho em Teresina – PI com auxílio de Gustavo Nogueira, irmão de Ciro Nogueira, no segundo semestre de 2014”.

Por fim, a Receita diz que as irregularidades “denunciam a existência de ilicitudes correlatas ou preparatórias à lavagem de dinheiro mas também revelam uma série de simulações perpetradas no âmbito das empresas do parlamentar em tela e indicam que familiares e empresas do senador forma partícipes de processos correlatos à lavagem de dinheiro”.

Íntegra

Leia abaixo a íntegra da nota da assessoria de Ciro Nogueira:

Nota

Em relação às diligências realizadas pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (22) em endereços ligados a Ciro Nogueira, o senador afirma que não vê razões que justifiquem a ação, uma vez que sempre esteve à disposição para colaborar com as investigações.

Ciro Nogueira defende o rápido esclarecimento dos fatos, que, mais uma vez, irão comprovar a improcedência das acusações.

Abaixo, a nota da defesa do senador:

A Defesa do Senador Ciro Nogueira vem denunciar, mais uma vez, o direito penal do espetáculo. O que está sendo apreendido nesta busca e apreensão é o que foi recentemente restituído pelo Supremo Tribunal em virtude de outra operação que não resultou em Ação Penal, o Supremo rejeitou a Denúncia, pois baseada tão somente na palavra de outro delator.

Tal constrangimento poderia ser evitado com a simples intimação do Senador para prestar esclarecimento pois , é evidente, este sempre se colocou à disposição do Poder Judiciário.

KAKAY

Leia abaixo a íntegra da nota da J&F, que controla a JBS:

A J&F, seus acionistas e executivos são colaboradores da justiça e estão rigorosamente comprometidos com os já implementados programas de combate à corrupção e ética empresarial para que erros do passado nunca mais se repitam..

 — Foto: Editoria de Arte / G1 — Foto: Editoria de Arte / G1

— Foto: Editoria de Arte / G1

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