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Ricardo Barros: ‘Bolsonaro trucou e ninguém deu seis’

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Líder do governo na Câmara avalia que tom da resposta do presidente do STF foi tranquilo, e que Bolsonaro repetiu o que já tem dito

Em meio a um intenso clima de tensão entre os poderes da República após as manifestações a favor do presidente Jair Bolsonaro no feriado do dia 7 de setembro, e contra as outras instituições, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-AL), avalia que as respostas aos discursos do mandatário não tiveram tom duro. “Bolsonaro trucou e ninguém deu seis”, disse. 

As manifestações a favor do presidente tiveram ataques ao Congresso e principalmente ao Supremo Tribunal Federal (STF). Em Brasília, manifestantes tentaram ultrapassar a barreira de policiais para ir em direção ao prédio do Supremo. Em seu discurso, Bolsonaro criticou os ministros. “Não podemos aceitar mais prisões políticas no nosso Brasil. Ou o chefe desse Poder enquadra os esse Poder pode sofrer aquilo que não queremos”, afirmou. Ele disse, ainda, que a presença das pessoas nas ruas era um “ultimato” aos outros Poderes. 

Bolsonaro ainda disse que não iria cumprir ordens judiciais. Após o discurso, o ministro do STF, Luiz Fux, falou nesta quarta-feira que desrespeitar ordem judicial é crime de responsabilidade. “Ofender a honra dos ministros, incitar a população a ter ódio ao STF, incentivar descumprimento de decisões judiciais são práticas antidemocráticas, ilícitas e intoleráveis”, disse.

Apesar das falas, Barros afirmou que “está escrito no livrinho”, referindo-se à Constituição e à legislação brasileira. “É crime de responsabilidade. Qual o fato novo? E o presidente Bolsonaro não falou nada de novo. Ele vinha falando de [Alexandre de] Moraes e [Luís Roberto] Barroso. Ele não mudou a conversa dele”, afirmou. O deputado ainda pontuou que Bolsonaro não cometeu crime de responsabilidade, porque não descumpriu ordem judicial, e que quando ele descumprir, a questão pode ser discutida.

As falas do presidente, em uma escalada de ataques ao STF, aumentou o clima de desconforto no Congresso Nacional. Diversas legendas começaram a discutir a viabilidade de votar um pedido de impeachment, apesar de o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não ter citado essa palavra em seu discurso nesta quarta. Também fala-se no desembarque de mais legendas da base do governo.

A questão é descartada pelo líder. “Não tem discussão de impeachment. Isso é tentativa de diminuir o impacto da pancada que eles tomaram ontem. A turma contra o governo saiu ardida. Muita gente na rua, muita solidariedade ao presidente, e ele estava falando com o público dele. Temos nossa base, temos nossa maioria. Episódio de ontem só fortaleceu o presidenete”, opinou.

R7

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