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Sobe para 90 o número de mortos após jejum extremo de seita no Quênia

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Balanço, que inclui crianças, é provisório; investigadores estão na floresta de Shakahola em busca de valas comuns com mais corpos

RESUMINDO A NOTÍCIA

  • Mais 16 corpos de membros de seita que promovia jejum extremo foram achados no Quênia.
  • Novas vítimas elevam o total de mortos para 89; o balanço, que inclui crianças, é provisório.
  • Investigadores trabalham na floresta de Shakahola em busca de mais corpos em valas comuns.
  • Descoberta provocou onda de indignação no país, e o presidente prometeu medidas.
Mais 16 corpos foram encontrados na floresta de Shakahola

Mais 16 corpos foram encontrados na floresta de Shakahola

YASUYOSHI CHIBA/AFP – 25.4.2023

O número de vítimas continua a aumentar na floresta de Shakahola, no leste do Quênia, onde foram encontrados nesta terça-feira (25) mais 17 corpos de membros de uma seita que promovia o jejum extremo, o que eleva o total a 90 mortos.

O balanço, que inclui crianças, é provisório. Os investigadores trabalham em uma floresta de 325 hectares, que fica perto da cidade costeira de Malindi, em busca de valas comuns.

A terrível descoberta provocou uma onda de indignação no Quênia, e o presidente do país, William Ruto, prometeu medidas contundentes contra aqueles que “utilizam a religião para promover seus atos atrozes”.

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Durante uma visita ao local de buscas, o ministro do Interior, Kithure Kindiki, advertiu que o número de vítimas pode aumentar. “Não sabemos quantas valas comuns, quantos corpos encontraremos”, disse.

Ele acrescentou que 34 pessoas foram encontradas vivas na floresta. Kindiki citou a possibilidade de indiciar por “terrorismo” Paul Mackenzie Nthenge, o líder da seita que promovia o jejum “até a morte” entre os seguidores. 

Necrotério lotado

Pelo menos 90 pessoas morreram após terem praticado jejum extremo

Pelo menos 90 pessoas morreram após terem praticado jejum extremo

EFE/EPA/STR – 21.4.2023

“A maioria dos corpos exumados é de crianças”, afirmou à AFP um legista que pediu anonimato. A fonte disse ainda que foram encontradas valas com até seis pessoas.

Diante da chegada em larga escala de corpos, o necrotério do hospital local está lotado, disse à AFP Said Ali, diretor do estabelecimento. Ele informou que os funcionários pediram à Cruz Vermelha que envie contêineres refrigerados.

As equipes continuam procurando sobreviventes, em uma luta contra o tempo.

“A cada dia que passa, há um risco muito grande de que outras pessoas morram”, disse Hussein Khalid, diretor-executivo da ONG Haki África, que alertou a polícia sobre as ações do líder do grupo.

“O horror que vimos nos últimos quatro dias é traumático. Nada prepara você para ver covas rasas com crianças dentro”, acrescentou.

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De acordo com a Cruz Vermelha queniana, 212 pessoas foram registradas como desaparecidas.

Muitos quenianos acusam as autoridades policiais e judiciárias de não terem atuado antes. Paul Mackenzie Nthenge já havia sido detido em duas ocasiões, a última delas em março deste ano, após um caso em que duas crianças morreram de fome.

O líder da seita, no entanto, foi liberado depois de pagar uma fiança de 100 mil xelins quenianos (R$ 3.728). 

Nthenge se entregou à polícia em 14 de abril e comparecerá a uma audiência com um juiz no dia 2 de maio.

A tragédia reacendeu um debate sobre o controle do culto religioso no Quênia. Para o ministro do Interior, este massacre deve conduzir “não apenas a uma punição mais severa para o autor ou os autores de atrocidades […], mas também a uma regulamentação mais rigorosa de cada igreja, mesquita, templo ou sinagoga no futuro”.

Polícia encontra pelo menos 58 corpos em seita que defendia jejum até a morte no Quênia

Nthenge se entregou à polícia e está detido desde 15 de abril. Ele comparecerá a uma audiência com o juiz em 2 de maio. Segundo a imprensa local, seis seguidores dele também foram presos
As autoridades do Quênia confirmaram nesta segunda-feira (24) que encontraram 58 corpos de pessoas suspeitas de integrar uma seita que incentivava os seguidores a jejuar. O número inclui 'os corpos exumados e os que morreram a caminho do hospital', afirmou o chefe da polícia Japhet Koome* Estagiária do R7, sob supervisão de Fabíola Glenia
No dia 14 de abril, os investigadores estiveram na floresta de Shakahola, perto da cidade costeira de Malini, após uma denúncia que sugeria a existência de uma possível vala comum. No local, foram encontrados os restos mortais de quatro membros da seita, e 11 pessoas, 7 homens e 4 mulheres, com idade entre 17 e 49 anos, que foram resgatadas e hospitalizadas
Nthenge se entregou à polícia e está detido desde 15 de abril. Ele comparecerá a uma audiência com o juiz em 2 de maio. Segundo a imprensa local, seis seguidores dele também foram presos

  • As autoridades do Quênia confirmaram nesta segunda-feira (24) que encontraram 58 corpos de pessoas suspeitas de integrar uma seita que incentivava os seguidores a jejuar. O número inclui ‘os corpos exumados e os que morreram a caminho do hospital’, afirmou o chefe da polícia Japhet Koome
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