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Tio Paulo: Casal relata que idoso tinha “vista fixa” e não piscava

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Testemunhas relataram que Érika permaneceu calada no elevador e que o idoso estava paralisado

O casal visto nas imagens das câmeras do shopping para onde Érika de Souza Vieira Nunes levou o tio, Paulo Roberto Braga, de 62 anos, para tentar sacar R$ 17 mil, diz que o homem tinha “a vista fixa” e que “não piscava”. A professora Tânia Mara Setúbal e o marido Iran Setúbal estavam no mesmo elevador que Érika e Paulo momentos antes da morte do idoso ser constatada.

Em entrevista concedida ao programa Encontro com Patrícia Poeta, da TV Globo, nesta sexta-feira (19), Tânia relatou ter percebido a dificuldade de Érika de retirar o tio do banco do carona do carro em que eles estavam e transferi-lo para uma cadeira de rodas. A professora disse que até chegou a pedir ao marido que ajudasse a sobrinha de Paulo, mas que a mulher teria recusado o auxílio.

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– Eu vi que eles estavam com dificuldade de tirar o senhor de dentro do carro. Então eu falei [para o marido]: “Amor, vê se a senhora precisa de uma ajuda”. Ele foi lá, e ela [Érika] falou para ele: “Não precisa de ajuda não, porque eu já estou acostumada com essa situação” – disse Tânia.

No elevador, Tânia disse que Érika permaneceu calada até o elevador chegar ao térreo e que o idoso estava paralisado. A professora também relembrou que Paulo estava “mole” quando foi retirado do carro e que a boca dele já estava um pouco aberta.

– Ele realmente estava com a vista fixa, não piscava, e com a boca um pouquinho aberta. Até comentei com meu marido: “Eu acho que ele deve ter tido um AVC” – lembrou.

SOBRE O CASO
Érika de Souza Vieira Nunes é acusada de ter tentado simular uma assinatura em uma agência bancária usando o corpo do suposto tio para conseguir uma ordem de pagamento de R$ 17 mil, proveniente de um seguro a que ele tinha direito. Ela alega que, além de sobrinha, era cuidadora do idoso.

No entanto, a pele pálida e os claros indícios de que o homem estava no mínimo inconsciente chamaram a atenção dos funcionários. Apesar dos questionamentos das atendentes, Érika tentava sustentar a cabeça do cadáver com uma das mãos e conversava com ele, tentando persuadi-lo a assinar o empréstimo.

Assista às cenas. Atenção, imagens fortes!

 

Assustados, os funcionários acionaram a polícia e também o Samu, que constataram que o homem já estava morto há algumas horas. Érika foi presa em flagrante sob suspeita de tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio de cadáver.

Detida em flagrante após a constatação da morte do tio, a mulher teve a prisão preventiva decretada nesta quinta-feira (18) pela juíza Rachel Assad da Cunha após audiência de custódia. A magistrada definiu a ação como “repugnante e macabra” e afirmou que a situação não se resume a definir o exato momento da morte, mas sim pela situação vexatória a qual o idoso foi exposto.

– A questão é definir se o idoso, naquelas condições, mesmo que vivo estivesse, poderia expressar a sua vontade. Se já estava morto, por óbvio, não seria possível. Mas ainda que vivo estivesse, era notório que não tinha condições de expressar vontade alguma, estando em total estado de incapacidade – elencou a magistrada.

Ainda na quinta, a defesa de Érika ingressou com um pedido para que a prisão dela seja revogada. Na petição, os advogados apontaram que a mulher tem uma filha de 14 anos que precisa de cuidados especiais. Além disso, os defensores alegaram que ela é uma pessoa “de bons antecedentes” e que não “pretende se furtar à aplicação da lei penal, nem atrapalhar as investigações”.

PLENO NEWS

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