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Vinte e sete taxistas morreram com Covid-19 em Fortaleza, aponta sindicato

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Desde o início da pandemia, 27 taxistas morreram pela Covid-19 em Fortaleza, de acordo com o diretor do Sindicato dos Taxistas (Sinditaxi) da capital e Região Metropolitana, Messi Freitas. Ele estima que foram contaminados com o coronavírus cerca de 70% dos 12 mil profissionais ligados à entidade.

Como forma de prevenir a contaminação, o Sinditaxi orienta os profissionais a realizar as corridas com vidros abertos, utilizar máscaras e álcool gel e limpar o veículo.

O Sinditaxi está disponibilizando a sanitização dos veículos para reduzir ainda mais as chances de contaminação pelo coronavírus.

“O risco é grande para o taxista. Ele tem um contato grande com o passageiro, até porque recebe o dinheiro e fica no mesmo ambiente”, afirma Messi.

Contato com o público

Francisco Moura, 50, foi um dos profissionais a pegar o novo coronavírus. — Foto: Arquivo pessoal

Francisco Moura, 50, foi um dos profissionais a pegar o novo coronavírus. — Foto: Arquivo pessoal

O taxista Francisco Moura, 50, na profissão há 16 anos, pegou o vírus ainda no começo de março. Precisou ir três vezes ao hospital, por apresentar febre, cansaço, dor no corpo e perda do paladar e do olfato. “Não tenho dúvidas de que a minha contaminação da Covid-19 aconteceu por estar exercendo a profissão do taxista”, afirma.

Os profissionais da área, ele lembra, transportam pessoas de diversas localidades e diferentes setores da sociedade, tendo um contato mais direto com as pessoas e, consequentemente, com o coronavírus.

“Perdemos companheiros e pais de família, aqueles que ainda foram para a rua tentar fazer uma corrida ou outra para trazer comida para casa”, lamenta.

Internação

Contaminado pela Covid-19 em abril, o taxista Adriano Oliveira, 41, ficou 10 dias internado em hospital.  — Foto: Arquivo pessoal

Contaminado pela Covid-19 em abril, o taxista Adriano Oliveira, 41, ficou 10 dias internado em hospital. — Foto: Arquivo pessoal

Taxista há 12 anos, Adriano Oliveira, 41, ficou internado durante 10 dias, em abril, com necessidade inclusive de respirador. Desde o início da circulação do vírus, seguiu as recomendações do uso de máscara, álcool em gel, distanciamento e higienização do táxi, porém, ainda assim foi contaminado no auge da pandemia no Ceará.

“Com certeza os taxistas estão bem vulneráveis porque estão nas ruas, indo e voltando. Além de que nesse período de pandemia uma boa parte das corridas eram de pessoas infectadas precisando ir ao pronto-socorro”, lembra.

Cuidados

Conforme a médica Ana Flávia Torquato, o risco de contaminação no táxi depende das medidas de prevenção tomadas por motoristas e passageiros. Buscando uma viagem segura, recomenda o uso de máscara, a utilização de vidros baixos e a limpeza do veículo.

“Idealmente seria a cada viagem, mas se não for possível, pelo menos a cada turno, o taxista fazer a limpeza [do veículo]ou quando levar alguém suspeito que esteja com a doença”, aponta.

Ela também recomenda que as pessoas toquem no rosto o mínimo possível durante a viagem e “que não ocorra muita conversa ou diálogo, para realmente evitar o aumento do risco de contaminação”, finaliza.

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