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Após prisão de Beto Richa, Alckmin defende ‘tolerância zero’ com a corrupção

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Por G1, Brasília

Geraldo Alckmin participa de entrevista em São Paulo nesta terça-feira (11)

Geraldo Alckmin participa de entrevista em São Paulo nesta terça-feira (11)

O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, defendeu nesta terça-feira (11), “tolerância zero” com a corrupção e disse que “não passará a mão na cabeça de ninguém” ao ser questionado sobre a prisão do ex-governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), e casos envolvendo outros políticos do seu partido, do qual é presidente.

Como parte de sua agenda de campanha, Alckmin participou de uma sabatina promovida pelo jornal “Folha de S.Paulo”, UOL e SBT.

“Primeiro, tolerância zero e mais: todo apoio à Lava Jato. (…) A sociedade quer que se apure e faça justiça. Quem cometeu erro, não importa de que partido seja, nós não passamos a mão na cabeça de ninguém. E eu como presidente da República vou apoiar a Lava Jato, apoiar a investigação”, afirmou Alckmin.

O candidato ressaltou que a lei serve para todos e que quem for culpado deverá ser punido. “A sociedade deseja que haja investigação e se esclareça. Quem deve paga, é punido. Quem não deve é absolvido”, disse.

Beto Richa, que é candidato ao Senado pelo PSDB, foi preso nesta terça em uma operação do Ministério Público do Paraná (MP-PR), que apura irregularidades em um programa que faz a manutenção das estradas rurais.

Ele também foi alvo de outra operação, esta conduzida pela Polícia Federal (PF), em uma nova fase da Lava Jato. A casa dele foi alvo de mandado de busca e apreensão em uma investigação sobre suposto pagamento milionário de vantagem indevida em 2014 pela Odebrecht.

Em nota, a defesa de Richa informou não saber a razão das ordens judiciais.

O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, durante sabatina promovida pelo jornal "Folha de S.Paulo", UOL e SBT, — Foto: Marcelo Chello/CJPress/Estadão Conteúdo O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, durante sabatina promovida pelo jornal "Folha de S.Paulo", UOL e SBT, — Foto: Marcelo Chello/CJPress/Estadão Conteúdo

O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, durante sabatina promovida pelo jornal “Folha de S.Paulo”, UOL e SBT, — Foto: Marcelo Chello/CJPress/Estadão Conteúdo

Improbidade

Ainda ao falar sobre combate à corrupção, o presidenciável disse que, se eleito, vai fazer mudanças na legislação para enfrentar o problema no país. Uma das propostas dele é incluir improbidade administrativa no Código Penal.

Atualmente, as ações de improbidade administrativa correm na esfera cível e não criminal e os agentes públicos condenados não podem ser presos, estando sujeitos a outras punições, como a perda da função pública e o pagamento de multa.

“Vou aprimorar a legislação para combater o crime. Primeiro, tipificando o crime de improbidade no Código Penal. Segundo, trazendo o modelo americano de inversão do ônus da prova e perdimento de patrimônio. Qualquer funcionário público, político, parente se não comprovar a evolução dos bens, adquiriu bem e não tem como comprovar, haverá o perdimento, passa para o governo”, afirmou.

Candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, faz campanha em São Paulo

Candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, faz campanha em São Paulo

Partido

À tarde, Alckmin visitou um espaço de trabalho compartilhado para empreendedores na zona oeste de São Paulo, onde recebeu um documento com propostas legislativas de combate à corrupção. Ele voltou a ser indagado sobre a prisão de Richa e repetiu que isso fragiliza o PSDB.

“Claro que isso fragiliza o partido. Aliás eu acho que todos os partidos estão fragilizados. Por isso eu tenho sempre destacado a questão da reforma política. Nós precisamos fazer a reforma política. Nosso sistema político exauriu totalmente. Eu quero ser o presidente da mudança política, mudança tributária, mudança previdenciária, mudança de estado”, disse.

Reformas

Na sabatina, Alckmin também defendeu a realização de reformas, como a da previdência. Ele ponderou que é necessário promover uma discussão sobre a idade mínima para a aposentadoria e a inclusão de todos nas regras do Regime Geral da Previdência Social. No entanto, ele desconversou quando indagado se também mexeria na idade mínima dos militares. Alckmin respondeu que em outros países os militares também têm um regime diferenciado e que seria preciso debater o assunto.

Na sabatina, ele também foi questionado sobre educação. O candidato defendeu o ensino da educação sexual nas escolas como forma de ajudar na prevenção da gravidez precoce e de doenças sexualmente transmissíveis, mas sem entrar em questões de gênero. “A questão de ideologia de gênero, a família que deve cuidar”, disse.

Ele também afirmou ser contrário ao aborto, exceto nas situações hoje permitidas, como quando há risco de vida para a gestante, em caso de estupro ou de o feto ter má-formação cerebral.

Na área econômica, o presidenciável declarou que pretende dar portabilidade aos recursos do FGTS para que os trabalhadores possam decidir onde vão aplicar o dinheiro a fim de garantir uma rentabilidade melhor.

Questionado sobre suas críticas ao teto de gastos públicos, o tucano disse não ser contrário à medida, mas criticou o prazo de vigência de 20 anos determinado pelo governo Michel Temer. Ele afirmou que pretende levar adiante cortes das despesas estatais e que, se eleito, vai fechar a Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

“Vou fechar, óbvio. Por que o governo tem que ter televisão?”, afirmou, acrescentando que há outras formas de o governo prestar contas à população.

G1

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