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Reitora de Harvard renuncia após casos de antissemitismo e plágio

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Ela teria demonstrado anuência condicional aos pedidos de “genocídio de judeus”

 

A reitora da Universidade Harvard, Claudine Gay, anunciou nesta terça-feira (2) sua renúncia ao cargo devido a seus polêmicos comentários sobre antissemitismo no Congresso dos Estados Unidos e recentes acusações de plágio em seu trabalho acadêmico.

Claudine, a primeira reitora negra de Harvard, foi alvo de críticas por causa de sua forma de lidar com a comunicação institucional em relação à guerra entre Israel e Hamas, e disse em carta que sua decisão de renunciar foi tomada em consulta com a Harvard Corporation (principal conselho de gestão da universidade), que reiterou apoio a ela.

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Na carta, ela cita “tensões e divisões que enfraqueceram os laços de confiança e reciprocidade na comunidade universitária, dúvidas sobre seu compromisso com o combate ao ódio e o respeito ao rigor acadêmico”, e diz que está “assustada com ataques pessoais alimentados por animosidade racial”.

Na sessão do Congresso realizada em 5 de dezembro, em um contexto de tensão em universidades devido à guerra na Faixa de Gaza, Claudine foi questionada se os pedidos de “genocídio de judeus” violavam as normas de Harvard, ao que ela respondeu que “dependia do contexto”, declaração que gerou revolta.

Outra reitora presente naquela sessão, a da famosa Universidade da Pensilvânia, Liz Magill, que respondeu ao agressivo questionamento dos congressistas em termos semelhantes aos de Claudine, renunciou ao cargo quatro dias depois.

A agora ex-reitora de Harvard foi recentemente acusada de plágio em seu trabalho acadêmico e, na segunda-feira (1º), foi alvo de uma denúncia à universidade que exige uma investigação sobre o caso porque os exemplos de material citado inadequadamente chegavam a cerca de 50, de acordo com o site de notícias políticas The Washington Free Beacon.

Em dezembro, a Harvard Corporation declarou que uma revisão do trabalho de Claudine revelou exemplos de “citação imprópria”, mas não os considerou má conduta de pesquisa, e a própria ex-reitora disse que solicitou correções em dois documentos e está atualizando uma dissertação.

Em carta divulgada nesta terça, a Harvard Corporation lamentou a renúncia de Claudine e explicou que – à luz da “escalada de controvérsias e conflitos” em Harvard, que se estendem ao âmbito do “ensino superior” – procurou defender “o interesse superior da instituição”.

– (Aceitamos a renúncia) com pesar. Embora a reitora tenha reconhecido os erros e assumido a responsabilidade por eles, também é verdade que ela demonstrou uma resiliência notável diante de ataques contínuos e profundamente pessoais – explicou o órgão, condenando os “insultos repugnantes e às vezes racistas” que ela recebeu.

Claudine, cientista política, encerra assim o mandato mais curto de um reitor da história da universidade – ela foi nomeada para o cargo em julho – e será reincorporada como professora.

*Com informações EFE

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