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Terça do Choro chega à ultima edição de 2020 no Instagram

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Transmitida pelos perfis dos músicos Samuel Rocha e Felipe Bastos na rede social, o projeto é uma adaptação virtual para manter viva a tradição das rodas de choro, enquanto a pandemia ainda limitar os encontros presenciais

Um dos desafios dos músicos em 2020 esteve em tornar atraente a série de projetos online, nascidos por consequência da impossibilidade de se apresentar ao vivo, junto ao público. Para a música brasileira, uma das formações mais tradicionais nesse sentido – muito comum na vida boêmia – é a roda de choro.

E se antes poderia ser impensável uma roda assim acontecer virtualmente, o projeto Terça do Choro, criado logo no início da pandemia, tornou a reunião possível e agora parte pra sua última edição de 2020. O projeto é fomentado com recursos da Lei Aldir Blanc (14.017/2020) – por meio da Secretaria Municipal da Cultura de Fortaleza (Secultfor).

Idealizada pelo violonista Samuel Rocha e pelo bandolinista Felipe Bastos, a roda virtual acontecerá nesta terça (29). Primeiro, às 20h, a transmissão começa pelo Instagram de Felipe (@felipimbastos), com os convidados Mateus Albano (flautista) e Mateus Freire (pandeirista). E na sequência, às 21h, por meio do Instagram de Samuel (@samuelrocha7cordas), a roda agregará os músicos Ailton Santana (flautista), Eric Diógenes (bandolinista) e Leuciano Rodrigues (clarinetista). 

Para quem nunca acompanhou uma edição e tem curiosidade de saber como funciona, Felipe Bastos explica que a roda não é uma simples transmissão ao vivo. Cada participante, em casa, toca sozinho ou com algum acompanhamento feito um “playback”.

“A experiência foi inovadora e desafiadora, ao mesmo tempo que inédita. A adaptação veio com o passar do tempo, e nós tentamos se moldar à velocidade da internet, aos áudios de celulares de amigos que nem sempre favorecem para uma boa captação”, recapitula o bandolinista.

Samuel Rocha conta que a adaptação ao formato foi gradativa, no decorrer de cada edição. “Fui percebendo, no caso do meu instrumento, o violão, que eu tinha que começar a solar nas músicas, como uma forma de estar presente tocando online. Para um público que já vinha se formando (em torno das transmissões)”, situa o violonista.

Para o músico, o projeto chega ao fim do ano com “cara própria” e ganhou corpo por conta de atrair, além dos ouvintes, músicos do cenário do choro como o mineiro Caetano Brasil e Jonas Lopes (PR). “Começamos interagindo só eu e o Felipe, e fomos criando um público, apareceram amigos. Muita gente chegou junto com composições autorais e dos grandes mestres”, destaca Samuel.

Adaptação

O violonista coloca que a roda virtual é “algo provisório”, uma adaptação ao momento de limitações em função da Covid, e não substitui o apelo da roda de choro presencial. No entanto, ele acrescenta que a abertura democrática do projeto foi uma experiência singular.

“Agregamos músicos de variados níveis, revelando os mais jovens, e ao receber grandes artistas, tocando brilhantemente. E logo logo, a gente vai poder viver outros momentos musicais, compartilhando música ao vivo”, vislumbra Samuel.  

Diário do Nordeste

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